sexta-feira, 10 de junho de 2016

A Lição sobre o chapéu, o elefante, e a jibóia:





Do Capítulo 1...

Numa das passagens prediletas dos fãs do livro, logo no comecinho, Antoine nos conta sua célebre experiência com o desenho da Jibóia engolindo o elefante, mas que os adultos teimavam em ver apenas um chapéu:
"Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. Responderam-me: "Por que é que um chapéu faria medo?"
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. ELAS TÊM SEMPRE NECESSIDADES DE EXPLICAÇÕES DETALHADAS ...
Neste trecho final, que grifei propositadamente, o autor nos faz refletir na excessiva importância que nós, adultos, dedicamos a nossa mente racional, que presa apenas as aparências superficiais, não consegue sair de seus limites para ver com os olhos mágicos da imaginação.
Ao invés de enxergarmos o mundo com um olhar de fantasia, capaz de enxergar o interior das coisas (o significado), nós no apegamos a uma visão causal da realidade, que ao não encontrar uma explicação plausível para as coisas do mundo, procura ridicularizá-las ou lhes negar a devida importância....
Nossa criança interior termina sempre diminuída quando assim "enquadrada" pelos adultos.
Com o autor não foi diferente, pois ele narra em seguida que:
""As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática.
Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando...""
As consequência de longo prazo desta nossa alienação interior é que nos tornamos adultos frívolos, materialistas e de relações estéreis e sem profundidade. Ao fechar a mente à imaginação, deixamos de lado a nossa sensibilidade e a nossa delicadeza, aquilo a que Saint-Exuspéry, com muito acerto , chama de nossa verdadeira inteligência no trecho abaixo, quando com uma fina ironia ele nos conta como fazia para discernir as pessoas com quem convivia:
"Tive assim, no correr da vida, muitos contatos com muita gente séria. Vivi muito no meio das pessoas grandes. Vi-as muito de perto. Isso não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião.
Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente inteligente. Mas respondia sempre: "É um chapéu".
Então eu não lhe falava nem de jibóias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me então, no mesmo nível que elas. Falava-lhe então de bridge, de golfe, de política, de gravatas... E a pessoa grande ficava assim encantada de conhecer um homem tão "razoável"....""
Como não podia debater com estas pessoas os assuntos caros à sua alma, falar de sentimentos, fantasias e imaginação, restava-lhe apenas se contentar em conversar com ela sobre assuntos mundanos e artificiais, temas estes que eram tão preciosos aos pseudo-sábios adultos, e assim o são até hoje...
Preferimos conversar sobre a aparência das coisas (o chapéu), a tentar mergulhar no tão esquecido, e por isso desafiador, mundo repleto de sentidos ou significados ( o elefante e a jibóia)....
>> Fim da Lição 1 - Fique atento às publicações da nossa página. Em breve comentários do segundo capítulo, o primeiro encontro com o princepezinho:)

(Postagem original na nossa página : https://www.facebook.com/Ensinamentos.do.Pequeno.Principe/?fref=ts)

~Por Daniel Antoine Abou Jaoudé~

A DEDICATÓRIA DO PEQUENO PRÍNCIPE...






Talvez já na dedicatória possamos traçar algumas das linhas mestras que Saint-Exuspéry pretendia delinear na sua obra prima...
Ao dedicar a obra ao sei amigo León Werth, estão ali a devoção à amizade e aos laços afetivos, a importância de ter a mente inocente para "poder compreender todas as coisas, até livros de criança".
E principalmente, o toque humanista e sensibilizado do autor, sempre preocupado coma dor alheia e algo muito presente em todas suas obras, quando se diz preocupado com a a fome e frio que seu amigo está passando, e lhe envia seu consolo...
Por fim,o autor nos faz uma chamada para nos recordamos de nossa criança interior: "Todos as pessoas grandes já foram crianças, mas poucas se lembram disso..."
O resgate desta preciosa memória infantil é exatamente a pedra de toque do livro que se inicia.... 
Se estiver curioso para saber mais sobre Léon, este amigo a quem Antoine dedicou seu livro, siga este link abaixo:

Objetivo do Blog...



A história é antes de tudo um conto sobre o Amor no seu sentido mais amplo... Fala antes de tudo de relações, construir e manter laços, e da importância de nunca se perder o essencial: A sensibilidade, a graça, o carinho, a amizade, a confiança, a ternura, a beleza...Ou, em outras palavras, tudo aquilo que se fosse reduzido a uma só palavra seria unicamente Amor...

Nosso propósito aqui é homenagear a obra de Antoine de Saint-Exuspéry, comentando trechos e fazendo uma livre interpretação de suas mensagens atemporais, sempre cheias de ternura

O objetivo do blog é também servir de backup para as postagens originais na página do facebook AS LIÇÕES DO PEQUENO PRÍNCIPE
Confira em https://www.facebook.com/Ensinamentos.do.Pequeno.Principe/?fref=ts



Nas próximas postagens tentaremos desdobrar melhor estas reflexões...Até logo!


Daniel Antoine Abou Jaoude

A homenagem...

Pureza, Amor, Magia, Ternura....Como descrever o misto de emoções que sentimos ao ter contato com esta linda obra que é o Pequeno Príncipe?
Nos leva para algum lugar que é sempre tão distante da nossa realidade, mas também sempre tão perto de nós, pois toca lá em nossa alma...
Mensagens atemporais, sentido universal....Iremos aqui prestar nossa homenagem, extraindo valiosas lições desta obra que antes de tudo nos relembra a beleza que existe em nossos corações, e o que há de mais puro no Ser humano...